segunda-feira, 26 de setembro de 2011

FESTIVAIS RIO MOSTRA & GLS MIX 2007


RIO 2007 - Os filmes mais vistos

1 Hairspray

2 A prova de morte

3 Piaf - um hino de amor

4 Sombras de Goya

5 A Maldição da Flor Dourada



6 O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford

7 I’m not there

8 4 meses, 3 semanas e 2 dias







9 Maré nossa história de amor














10 Shortbus



O Festival do Rio bateu todos os recordes de público e alcançou 300 mil espectadores em 2007. Aqui - O elenco de TROPA DE ELITE.















Mostra Gay do Festival do Rio 2007

De uma mostra que nasceu de um segmento então considerado um gueto, a Mostra Gay reflete as modificações na imagem do homossexualismo e a maneira como a sociedade – no Brasil e no mundo – trata de questões fundamentais como a diversidade sexual e a multiplicidade cultural.

O indiano, gay e muçulmano Parvez Sharma é assumidamente cineasta. Seu Jihad do amor trata da perseguição a homossexuais em países como o Irã, o Egito e a Turquia. Ele conversou com o site a respeito da sexualidade em sociedades repressivas. “À medida que o islamismo ficava mais radical, estes países do mundo muçulmano adotaram esta tendência de fazer do comportamento homossexual um pecado, um crime”.

Site: Por que você decidiu abordar este tema em sua estréia como cineasta?
Parvez Sharma: Eu próprio sou muçulmano e gay, e tudo na minha vida parecia me guiar para a feitura deste filme. Foi uma questão bastante pessoal, porque eu entendo muito bem o dilema de ser muçulmano e ser gay. O conflito entre religião e homossexualidade é uma questão importante agora. Muitas das batalhas que vemos sendo travadas no mundo tocam na questão da religião. E sinto que este filme é um avanço nesta direção. Então, por conta da minha identidade, criação, cultura, religião, e, acima de tudo, por conta da minha sexualidade e do sistema de crenças onde a religião é o campo de batalha para muitas questões, foi muito natural para eu fazer este filme. Às vezes, um cineasta vai atrás de um assunto para filmar. No meu caso, o filme encontra o cineasta.

Como a homossexualidade é tratada pelas três diferentes religiões na Índia, o islamismo, o budismo e o hinduísmo?
De formas bastante distintas. O hinduísmo tem uma longa tradição de aceitar a homossexualidade e até de celebrá-la em seus templos. Inclusive, por ter uns 10 mil deuses, eles acabavam sendo homossexuais. No islamismo, havia uma tradição de se aceitar a homossexualidade na Índia, porque foi só depois da colonização que a homossexualidade passou a ser condenada. O Islã tem uma história de mais de quatro mil anos, onde nunca houve banimento de relações homossexuais, ao contrário, havia era uma celebração da homossexualidade. Podemos ver isso na poesia de Omar Khayan, no império Otomano e em outros poemas na história do islamismo que relatavam comportamentos sexuais de homens com homens e de mulheres com mulheres. Somente nos últimos 100 anos que os países que foram colonizados por potências ocidentais, como o Reino Unido e a França, herdaram as leis contra o homossexualismo.

O filme acabou de passar no Festival de Toronto, ele ainda não estreou. Mas pretendo lançá-lo em todos os países muçulmanos que eu conseguir. Provavelmente, não será distribuído nos cinemas comerciais. Temos que arranjar um circuito alternativo para exibir o filme em Teerã, por exemplo. No Paquistão, provavelmente, ele não será exibido abertamente, em um festival como o Festival do Rio. Mas a gente vai dar um jeito e vamos levá-lo para os festivais ao redor do mundo e levar nossa mensagem.

Exclusão à argentina





Um dos filmes mais esperados da Mostra Gay este ano, La León estreou na programação sexta 21, à meia-noite, no Estação Botafogo. Uma fila de cinéfilos animados aguardava ansiosamente o começo da sessão, que contou com a presença do diretor Santiago Otheguy. Ele falou com exclusividade ao Festival do Rio.

Pouco antes de a projeção começar, Santiago foi chamado à frente da platéia para apresentar seu primeiro filme. Tímido, falou um pouco sobre a produção: “La León foi filmado no Delta do Paraná, uma zona turística perto de Buenos Aires. Mas o lugar em que filmamos era muito isolado, a cerca de quatro horas de navegação do Delta em si.” Santiago falou também sobre os atores. “Os dois atores principais são grandes profissionais, Jorge Román e Daniel Valenzuela. Os outros são os próprios isleños, moradores da região, que atuavam e depois abriam caminho pelo mato pra gente.” Leia a seguir uma entrevista com Santiago Otheguy.

Como foi a produção de La León?
A produção do filme foi feita em duas partes: La León primeiro foi um curta-metragem que nunca cheguei a editar. Quando mostrei as imagens aos produtores, todo mundo sentiu que tinha potencial para um longa. Um ano depois nós voltamos e filmamos o resto. Isso foi um problema pra continuidade, pois os atores tinham mudado, tinham barba e cabelo diferentes, tinham engordado, tinham emagrecido... Tem a homossexualidade, o problema da identidade, e todo o ódio que se cria... Porque La León não é um filme sobre a homossexualidade. Isso não me interessa muito cinematograficamente. O que me interessa é como os personagens não-homossexuais atacam isso, sem razão. É um mecanismo de exclusão. Recorrem à homossexualidade para estigmatizar.

Qual a importância do Festival do Rio para o cinema latino-americano?
Acho o Festival do Rio o mais importante da América Latina. Não me surpreende o Brasil estar se tornando o centro cultural da América Latina, e vocês falam português! Escrito por Carolina de Assis.

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