quinta-feira, 29 de setembro de 2011

RESUMO DO FESTIVAL DO RIO 2010


















Os grandes filmes, os grandes diretores já consagrados por outras produções e os títulos badalados nos maiores festivais do mundo compõe um painel abrangente do Panorama do Cinema Mundial - a mostra que destaco aqui, entre todas as Mostras que compõem o Festival do Rio.

Neste ano, serão mais de 70 filmes, oferecendo ao público os filmes que foram falados durante todo o ano. O público carioca poderá ver os últimos trabalhos de diretores consagrados como:
■ Woody Allen (Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos)
■ Ken Loach (Route Irish)
■Michael Winterbottom (The Killer Inside Me)
■Julio Medem (Um Quarto Em Roma)
■Susanne Bier (Em Um Mundo Melhor)
■Todd Solondz (A Vida Durante a Guerra)
■Gregg Araki (Kaboom)
■Jia Zhang Ke (Memórias de Xanghai)
■Zhang Yimou (A Woman, a Gun and a Noodle Shop)
■Sharunas Bartas (Renegado do Leste
■Danielle Luchetti (La Nostra Vita)
■Mika Kaurismäki (O Ciúme Mora Ao Lado)

Além dos aguardados segundos trabalhos dos diretores Anton Corbijn (The American) e Xavier Dolan (Les Amours Imaginaires).

As obras premiadas nos maiores festivais do mundo também vem: do Festival de Cannes vieram os vencedores dos quatro principais prêmios de 2010:
■Tio Boonmee que pode recordar suas vidas passadas/ Uncle Boonmee Who Can Recall His Past Lives, de Apichatpong Weerasethakul, vencedor da Palma de Ouro
■Turnê / Tournée, de Mathieu Amalric, Prêmio de Melhor Direção
■Des Hommes Et Des Dieux/ Of Gods And Men, de Xavier Beauvois, Grande Prêmio do Júri
■Poesia / Poetry, de Lee Changdong, Prêmio de Melhor Roteiro
■Cópia Fiel / Copie Conforme, de Abbas Kiarostami, que rendeu a Juliette Binoche o Prêmio de Melhor Atriz.

Serão exibidos ainda diversos títulos que passaram pelo festival francês:
■No Princípio / À L’origine, de Xavier Giannoli
■A Empregada / The Housemaid, de Im Sang-Soo
■Fora da lei / Hors La Loi, de Rachid Bouchareb
■Contos da Era Dourada / Tales From The Golden Age, realizado por cinco diretores romenos incluindo Constantin Popescu e Cristian Mungiu.
■A Autobiografia de Nicolae Ceausescu, de Andrei Ujica.

Outros destaques da seleção incluem:
■Ela, a chinesa / She, a Chinese, de Xiaolu Guo, vencedor do Leopardo de Ouro no Festival de Locarno de 2009
■ gt;Curling, de Denis Côté, Prêmio de Melhor Direção no Festival de Locarno de 2010
■Minhas mães e meu pai / The Kids are all Right, de Lisa Cholodenko
■Uma família / En familie, de Pernille Fischer Christensen
■A Solidão dos Números Primos / La Solitudine Dei Numeri Primi, de Saverio Costanze
■Gainsbourg – Vida Heroica / Gainsbourg - Vie Héroïque, de Joann Sfar, que conta a história de vida do músico e ícone Serge Gainsbourg

Alguns documentários muito esperados pelo público também integram a Panorama: Women are Heroes, de JR, que colheu depoimentos de mulheres vivendo em locais inóspitos do Quênia, Camboja, Índia e até mesmo do Rio de Janeiro, e Nostalgia De La Luz, do veterano Patricio Guzman, sobre o deserto do Atacama e grupos de mulheres que procuram corpos de seus maridos desaparecidos durante a ditadura chilena.

E o público carioca verá a premiere mundial do grande documentário José & Pilar, de Miguel Gonçalves Mendes, que revela o dia-a-dia do escritor José Saramago e sua companheira, a jornalista espanhola Pilar Del Río. A minissérie Carlos, dirigida por Olivier Assayas para a televisão francesa – um dos filmes de maior destaque do Festival de Cannes deste ano, será uma oportunidade para o público carioca numa das raras exibições em festivais.

E diretamente do Festival de Veneza, Essential Killing, de Jerzy Skolimowski, vencedor do prêmio de melhor ator para Vincent Gallo e prêmio especial do júri chega de braços dados com o grande vencedor do Leão de Ouro, a última obra de Sofia Coppola, Somewhere. Para serem degustados neste grande banquete

RESUMO DO FESTIVAL DO RIO 2009.






O Festival do Rio 2009

A edição 2009 do Festival do Rio esteve em toda a cidade de 24 de setembro a 8 de outubro. Mais informação sobre a Mostra Especial Gay não só de 2010 e 2009, mas tambem de 2008 & 2007, encontra-se em postagens publicadas em paragrafos a seguir.

O Festival do Rio é o maior festival de cinema do Brasil e da América Latina, com atenção e cobertura massivas da mídia. A cada ano, as principais produções dos festivais de Cannes, Sundance, Veneza e Berlim são apresentadas ao público brasileiro durante o evento. Filmes inéditos no Brasil, com premieres internacionais, latino-americanas e nacionais, confirmam a importância do Festival do Rio como porta de entrada para o cinema na América Latina e a maior vitrine para o cinema independente no Brasil.

O público viu mais de 300 longas e curtas metragens, vindos de mais de 60 países, nas mostras Première Brasil, Panorama Mundial, Expectativa, Limites e Fronteiras, Mostra Geração, Dox, Midnight Movies, Mundo Gay e Pocket Films, entre outras.

No Ano da França no Brasil, o Festival do Rio teve a honra de abrir os braços à cinematografia do país – representado todos os anos no evento – apresentando ao público uma grande homenagem ao canal de televisão ARTE e acolhendo a grande dama do cinema mundial, Jeanne Moreau, convidada de honra: Mais de 90 filmes espalhados pelo festival, estreitando ainda mais uma amizade já consolidada.

A Première Brasil, coração do Festival do Rio, trouxe ao público e ao mercado internacional cerca de 60 filmes brasileiros inéditos, em sua grande maioria em premiere mundial.

O Festival do Rio consolida também sua posição como plataforma de encontros de negócios para toda a área do audiovisual. Durante duas semanas, seminários, mesas redondas e encontros de projetos nas áreas de distribuição, co-produção e tecnologia enchem as salas do RioMarket, no pavilhão do Festival do Rio. Os principais executivos da indústria vêm ao Rio durante o evento, para encontrar novos parceiros de negócios e estabelecer co-produções com o cinema brasileiro. Além disso, têm a chance de fazer "networking" e conhecer mais de perto o Brasil, o 9º mercado audiovisual mundial.

No Pavilhão do Festival, realizou-se também o Cine Encontro, discussões do público com os diretores e atores da Première Brasil. O púbico teve ainda a chance de participar de outros debates sobre o mercado cinematográfico e ter acesso gratuito ao lounge de games baseados em grandes filmes.

A Prefeitura do Rio de Janeiro, em 2009, voltou a se juntar aos grandes patrocinadores do Festival do Rio, juntamente com a Petrobras e a Oi.

O Festival do Rio em 2009 levou ainda, a mais de 20 novos locais de exibição, uma programação especial e gratuita para todos os públicos. Na parceria com a Prefeitura do Rio de Janeiro, o Festival se estendeu por toda a cidade, em praças, comunidades e auditórios, abraçando o Rio de Janeiro em um clima de cinema.


O Panorama do Cinema Mundial se faz presente logo na abertura, com Aconteceu em Woodstock, de Ang Lee, sobre o festival que marcou toda uma geração. Outra produção muito esperada é Abraços Partidos, último filme do espanhol Pedro Almodóvar, que rendeu a Penélope Cruz o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante de 2009.

Vencedor da Palma de Ouro no último Festival de Cannes, The White Ribbon, de Michael Haneke, conta uma história passada numa pequena cidade da Alemanha às vésperas da Primeira Guerra Mundial. E The Messenger, dirigido por Oren Moverman, ganhou o Urso de Prata de melhor roteiro no Festival de Berlim.
Bastardos Inglórios, de Quentin Tarantino, encerrou o festival e trouxe ao Rio de Janeiro o
aclamado diretor. Na produção, o ator Brad Pitt é um soldado do estado do Tennesse, e o longa conta uma história sobre militares americanos encarregados de espalhar o terror durante o Terceiro Reich.


A Mostra "Panorama Mundial" trouxe ainda filmes de John Woo, François Ozon, Werner Herzog, Agneés Varda, Manoel de Oliveira e muitos outros.

Vencedores - Trofeu Redentor

Na cerimônia de encerramento em 8 de outubro no Odeon Petrobras, foram anunciados os vencedores do Troféu Redentor de 2009. O júri oficial foi composto pelo diretor argentino Fernando Solanas (Presidente), o produtor alemão Roman Paul, o diretor e produtor francês François Sauvagnargues, a cineasta Helena Solberg e a atriz Julia Lemmertz.

O grande vencedor da noite, cumulando o Troféu Redentor de Melhor Longa-Metragem de Ficção e o Prêmio Fipresci, foi Os Famosos e os Duendes da Morte, primeiro longa-metragem do diretor Esmir Filho. O Prêmio Fipresci foi decidido por um júri composto por Paulo Portugal (Presidente), Rodrigo Fonseca e Mario Abadde.

O prêmio de Melhor Documentário foi dividido entre Dzi Croquettes, de Tatiana Issa e Raphael Alvarez, e Reidy, A Construção da Utopia, de Ana Maria Magalhães.

Olhos de Ressaca, de Petra Costa, foi eleito o Melhor Curta-Metragem.

O prêmio de Melhor Ator foi para a dupla Chico Diaz e Luiz Carlos Vasconcelos, que protagonizou O Sol do Meio Dia, de Eliane Caffé.

O troféu de Melhor Atriz ficou com Nanda Costa por seu papel em Sonhos Roubados, de Sandra Werneck.

Gero Camilo ficou com o prêmio de Melhor Ator Coadjuvante pelo trabalho em Hotel Atlântico, de Suzana Amaral.

O diretor Sergio Bianchi e duas mulheres da equipe de Os Inquilinos (Os incomodados que se mudem) levaram prêmios: Melhor Atriz Coadjuvante para Cássia Kiss, e Melhor Roteiro para Beatriz Bracher e Sergio Bianchi.

Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo garantiu o prêmio de Melhor Direção para Marcelo Games e Karim Ainouz, e Melhor Fotografia para Heloísa Passos, também por seu trabalho em O Amor Segundo B. Schianberg, de Beto Brant.

Tamboro, de Sérgio Bernardes, levou o Prêmio Especial de Júri, além de render ao falecido diretor, Joaquim Castro, Ana Costa, Renato Martins e Alexandre Gwaz o prêmio de Melhor Montagem.

Fulvio Stefanini recebeu Menção Honrosa por sua participação em Cabeça a Prêmio, de Marco Ricca.

Veja a lista completa da premiação:

Melhor Longa-Metragem de Ficção: Os Famosos e Os Duendes da Morte, de Esmir Filho

Melhor Longa-Metragem Documentário: Dzi Croquettes, de Tatiana Issa e Raphael Alvarez, e Reidy, A Construção da Utopia, de Ana Maria Magalhães

Melhor Curta-Metragem: Olhos de Ressaca, de Petra Costa

Menção Honrosa: Sildenafil, de Clovis Mello

Melhor Direção: Karim Aïnouz e Marcelo Gomes, por Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo

Melhor Ator: Chico Diaz e Luiz Carlos Vasconcelos, por O Sol do Meio Dia

Melhor Atriz: Nanda Costa, por Sonhos Roubados

Melhor Atriz Coadjuvante: Cássia Kiss, por Os Inquilinos, de Sergio Bianchi

Melhor Ator Coadjuvante: Gero Camilo, por Hotel Atlântico

Melhor Roteiro: Beatriz Bracher, por Os Inquilinos, de Sergio Bianchi

Melhor Montagem: Joaquim Castro, Ana Costa, Renato Martins e Alexandre Gwaz por Tamboro, de Sérgio Bernardes

Melhor Fotografia: Heloísa Passos, por Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo e O Amor Segundo B. Schianberg

Prêmio Especial de Júri: Tamboro, de Sérgio Bernardes

Menção Honrosa: Fulvio Stefanini, por Cabeça a Prêmio

Melhor Longa-Metragem de Ficção de Voto Popular: Sonhos Roubados, de Sandra Werneck

Melhor Longa-Metragem Documentário de Voto Popular: Dzi Croquettes, de Tatiana Issa e Raphael Alvarez

Melhor Curta-Metragem de Voto Popular: Sildenafil, de Clovis Mello

terça-feira, 27 de setembro de 2011

RESUMO DO FESTIVAL DO RIO 2008


O Festival do Rio 2008


De 25 de setembro até nove de outubro de 2008, o Festival do Rio teve mais uma vez a missão de estender um vasto painel do cinema feito hoje no mundo, assim como voltar atenção para os grandes realizadores de todos os tempos. Ao todo, foram cerca de 350 filmes divididos em mais de 20 mostras, com produções de mais de 60 países exibidas em 30 salas espalhadas pela cidade. O público este ano foi de mais de 220 mil espectadores.

Mas não é só de números que é feito o maior festival de cinema da América Latina. O Festival foi palco também das rodadas de negócios para cinema, promovidas pela RioMarket, debates entre diretores e produtores e o público no Cine Encontro, espaço para experimentações de novas tendências, como foi o caso do Cine Móbile Nokia, especialmente preparado para promover produções feitas para celulares, além das exibições de filmes nacionais em lonas culturais com entrada gratuita.

Os Grandes Vencedores Nacionais
Os longas de José Eduardo Belmonte e do estreante Matheus Souza foram os grandes vencedores segundo o Júri Oficial do Festival do Rio e o Júri Popular, respectivamente. Na noite conduzida pelos mestres de cerimônia Leandra Leal e Murilo Rosa, a produção brasiliense Se nada mais der certo levou também o Troféu Redentor de melhor atriz para Caroline Abras, além do Prêmio dos Autores de melhor roteiro. Apenas o Fim, do diretor carioca de apenas 19 anos, recebeu ainda uma menção honrosa do Júri Oficial.

O melhor documentário segundo o Júri do festival foi Estrada real da cachaça, de Pedro Urano, enquanto o Júri Popular escolheu Loki – Arnaldo Batista, de Paulo Henrique Fontenelle, como seu preferido. Outro documentário que saiu vitorioso foi Jards Macalé – Um morcego na porta principal, de Marco Abujamra, co-direção de João Pimentel, ganhador do Prêmio Especial do Juri.

O Troféu Redentor de melhor direção ficou com Matheus Nachtergaele por A Festa da menina morta. Ao subir no palco, o diretor estreante agradeceu cantando a música A Mãe d'Água e a Menina, de Dorival Caymmi. "Apostei que se ganhasse, eu ia cantar", disse Matheus. A Festa da menina morta venceu ainda a categoria de melhor ator pela atuação de Daniel de Oliveira.


O melhor do cinema mundial

Durante os últimos anos, o Festival do Rio ficou conhecido por trazer o melhor do cinema internacional para o Brasil e em 2008 não foi diferente: mais de 60 países estiveram representados no programa do Festival através de aproximadamente 300 filmes. Dos vizinhos da América Latina, o Festival ofereceu ao público 20 filmes que tiveram sua estréia nacional. As mostras internacionais fixas do festival são: Panorama Mundial; Expectativa; Limites e Fronteiras; Mostra Geração; Tesouros da Cinemateca; Dox; Doc Latino; Midnight Movies/ Midnight Songs; Mundo Gay e Pocket Films.

A cada ano, o Festival do Rio se propõe a colocar em destaque a produção de um país em particular. Em 2008, o país em foco foi o Reino Unido, que comemora esse ano 200 anos de relações comerciais com o Brasil. Foram 21 produções britânicas recentes apresentadas durante o festival na mostra Foco Reino Unido. Complementando a mostra, foi exibida uma seleção à parte em homenagem a Derek Jarman, com nove de seus filmes e mais o documentário Derek, de Isaac Julien, sobre a vida e obra do cineasta.

Outras retrospectivas internacionais que integraram o Festival desse ano foram: Fratelli Taviani, que contou com a presença de Paolo Taviani, Arturo Ripstein, que recebeu um prêmio FIPRESCI especial, e Divas Italianas, além de uma mostra especial dedicada aos 100 anos de imigração japonesa. Esta última incluiu os trabalhos recentes de Masahiro Kobayashi, que apresentou cinco de seus filmes em sessões do Festival.

Alguns dos filmes internacionais mais procurados do Festival do Rio 2008 foram: O premiado italiano Gomorra, de Matteo Garrone; o novo filme de Woody Allen, Vicky Cristina Barcelona; o argentino La Leonera, de Pablo Trapero com Rodrigo Santoro; Call Girl,do português António-Pedro Vasconcelos; Queime depois de Ler, o mais recente dos irmãos Coen, e o coreano midnight O Bom, O Mau e o Bizarro, de Kim Jee-Woon, além do documentário norte-americano Gonzo, de Alex Gibney.







segunda-feira, 26 de setembro de 2011

RIO 2010


RIO Mundo Gay 2010
O Mundo Gay coloca nas telas anualmente o universo de filmes gay com poucas chances de chegar ao circuito comercial. Em destaque:
  • O fio (Le Fil), de Mehdi Ben Attia, com atuação da musa Claudia Cardinale
  • Anfetamina (Amphetamine), de Scud, exibido no Festival de Berlim 2010
  • O amor, e basta (L’Amore e Basta), de Stefano Consiglio
  • O aniversário de David (Il Compleanno), de Marco Filiberti, com o modelo brasileiro radicado na Itália, Thyago Alves, ambos exibidos no Festival de Veneza 2009
A descobrir, ainda, o argentino Plano B (Plan B), de Marco Berger, o documentário Casa de ferreiro, espeto de pau (108 Cuchillo de Palo), de Renate Costa, e o imperdível BearCity, de Douglas Langway.

RIO 2009


Mostra Gay
Mais uma vez o universo gay, em toda sua diversidade, é representado em produções premiadas com poucas chances de chegarem ao circuito comercial, ao não ser produções de orçamento medio e independentes como "O Direito de Amar" (A Single Man, com Colin Firth & Julianne Moore).

Dentre alguns dos títulos da Mostra Gay estão Boy, de Auraeus Solito, que narra o relacionamento entre dois jovens filipinos e Fúria, de Kirky Dick, sobre os políticos americanos homossexuais não assumidos que, muitas vezes, se engajam em campanhas contra a comunidade LGBT.

An Englishman in New York, de Richard Laxton, por sua vez, fala sobre o tempo em o escritor inglês Quentin Crisp morou em Nova Iorque. Continuação de The Naked Civil Servant, de 1975, o filme rendeu ao ator John Hurt, que interpretou o escritor nas duas ocasiões, uma homenagem especial no Prêmio Teddy 2009, em Berlim. Também passaram pela capital alemã este ano Ander, de Roberto Castón, da Espanha e Sinos Silenciosos, co-produção entre China e Suíça dirigida por Wu Sheng Feng Ling.

Integrante da mostra Um Certo Olhar, do Festival de Cannes, o português Morrer Como um Homem, de João Pedro Rodrigues, diretor do já exibido O Fantasma, também será apresentado. O filme conta a história de Tonia, transexual veterana de Lisboa, que vê seu posto de estrela ameaçado por uma drag Queen mais jovem. Tem ainda o canadense Árvores com Figos, do diretor John Greyson, que narra a história de dois importantes ativistas do combate à AIDS, misturando material de arquivo com belas imagens surreais.

Mostra GLS Rio 2008

 RIO Mundo Gay 2008
Espaço dedicado a filmes que trazem a diversidade sexual como tema, a mostra Mundo Gay conta este ano com 13 longas em sua programação. Entre documentários e ficções, nacionais e internacionais, a mostra traça um painel de novas impressões e abordagens sobre homossexualidade e outras identidades sexuais.
Um dos destaques desta edição é o americano Bi the Way, documentário que investiga o bissexualismo nos Estados Unidos sob uma ótica social e científica, e conta com depoimentos de Jonathan Caouett, diretor de Tarnation, um dos destaques no Festival do Rio 2005.
Outra promessa é o italiano De repente, o inverno passado (Suddenly, Last Winter). Exibido no Festival de Berlim desse ano, o filme discute a legislação e os direitos de casais homossexuais. Entre as ficções, The Living End: remixado e remasterizado, nova versão do filme de 1992 feita pelo próprio diretor, o consagrado Gregg Araki.
A mostra conta ainda com o divertido islandês Raquela, uma cinderela com algo mais (The Amazing Truth About Queen Raquela) e o brasileiro Rainha, sobre os bastidores do concurso Miss Brasil Gay.
RIO

FESTIVAIS RIO MOSTRA & GLS MIX 2007


RIO 2007 - Os filmes mais vistos

1 Hairspray

2 A prova de morte

3 Piaf - um hino de amor

4 Sombras de Goya

5 A Maldição da Flor Dourada



6 O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford

7 I’m not there

8 4 meses, 3 semanas e 2 dias







9 Maré nossa história de amor














10 Shortbus



O Festival do Rio bateu todos os recordes de público e alcançou 300 mil espectadores em 2007. Aqui - O elenco de TROPA DE ELITE.















Mostra Gay do Festival do Rio 2007

De uma mostra que nasceu de um segmento então considerado um gueto, a Mostra Gay reflete as modificações na imagem do homossexualismo e a maneira como a sociedade – no Brasil e no mundo – trata de questões fundamentais como a diversidade sexual e a multiplicidade cultural.

O indiano, gay e muçulmano Parvez Sharma é assumidamente cineasta. Seu Jihad do amor trata da perseguição a homossexuais em países como o Irã, o Egito e a Turquia. Ele conversou com o site a respeito da sexualidade em sociedades repressivas. “À medida que o islamismo ficava mais radical, estes países do mundo muçulmano adotaram esta tendência de fazer do comportamento homossexual um pecado, um crime”.

Site: Por que você decidiu abordar este tema em sua estréia como cineasta?
Parvez Sharma: Eu próprio sou muçulmano e gay, e tudo na minha vida parecia me guiar para a feitura deste filme. Foi uma questão bastante pessoal, porque eu entendo muito bem o dilema de ser muçulmano e ser gay. O conflito entre religião e homossexualidade é uma questão importante agora. Muitas das batalhas que vemos sendo travadas no mundo tocam na questão da religião. E sinto que este filme é um avanço nesta direção. Então, por conta da minha identidade, criação, cultura, religião, e, acima de tudo, por conta da minha sexualidade e do sistema de crenças onde a religião é o campo de batalha para muitas questões, foi muito natural para eu fazer este filme. Às vezes, um cineasta vai atrás de um assunto para filmar. No meu caso, o filme encontra o cineasta.

Como a homossexualidade é tratada pelas três diferentes religiões na Índia, o islamismo, o budismo e o hinduísmo?
De formas bastante distintas. O hinduísmo tem uma longa tradição de aceitar a homossexualidade e até de celebrá-la em seus templos. Inclusive, por ter uns 10 mil deuses, eles acabavam sendo homossexuais. No islamismo, havia uma tradição de se aceitar a homossexualidade na Índia, porque foi só depois da colonização que a homossexualidade passou a ser condenada. O Islã tem uma história de mais de quatro mil anos, onde nunca houve banimento de relações homossexuais, ao contrário, havia era uma celebração da homossexualidade. Podemos ver isso na poesia de Omar Khayan, no império Otomano e em outros poemas na história do islamismo que relatavam comportamentos sexuais de homens com homens e de mulheres com mulheres. Somente nos últimos 100 anos que os países que foram colonizados por potências ocidentais, como o Reino Unido e a França, herdaram as leis contra o homossexualismo.

O filme acabou de passar no Festival de Toronto, ele ainda não estreou. Mas pretendo lançá-lo em todos os países muçulmanos que eu conseguir. Provavelmente, não será distribuído nos cinemas comerciais. Temos que arranjar um circuito alternativo para exibir o filme em Teerã, por exemplo. No Paquistão, provavelmente, ele não será exibido abertamente, em um festival como o Festival do Rio. Mas a gente vai dar um jeito e vamos levá-lo para os festivais ao redor do mundo e levar nossa mensagem.

Exclusão à argentina





Um dos filmes mais esperados da Mostra Gay este ano, La León estreou na programação sexta 21, à meia-noite, no Estação Botafogo. Uma fila de cinéfilos animados aguardava ansiosamente o começo da sessão, que contou com a presença do diretor Santiago Otheguy. Ele falou com exclusividade ao Festival do Rio.

Pouco antes de a projeção começar, Santiago foi chamado à frente da platéia para apresentar seu primeiro filme. Tímido, falou um pouco sobre a produção: “La León foi filmado no Delta do Paraná, uma zona turística perto de Buenos Aires. Mas o lugar em que filmamos era muito isolado, a cerca de quatro horas de navegação do Delta em si.” Santiago falou também sobre os atores. “Os dois atores principais são grandes profissionais, Jorge Román e Daniel Valenzuela. Os outros são os próprios isleños, moradores da região, que atuavam e depois abriam caminho pelo mato pra gente.” Leia a seguir uma entrevista com Santiago Otheguy.

Como foi a produção de La León?
A produção do filme foi feita em duas partes: La León primeiro foi um curta-metragem que nunca cheguei a editar. Quando mostrei as imagens aos produtores, todo mundo sentiu que tinha potencial para um longa. Um ano depois nós voltamos e filmamos o resto. Isso foi um problema pra continuidade, pois os atores tinham mudado, tinham barba e cabelo diferentes, tinham engordado, tinham emagrecido... Tem a homossexualidade, o problema da identidade, e todo o ódio que se cria... Porque La León não é um filme sobre a homossexualidade. Isso não me interessa muito cinematograficamente. O que me interessa é como os personagens não-homossexuais atacam isso, sem razão. É um mecanismo de exclusão. Recorrem à homossexualidade para estigmatizar.

Qual a importância do Festival do Rio para o cinema latino-americano?
Acho o Festival do Rio o mais importante da América Latina. Não me surpreende o Brasil estar se tornando o centro cultural da América Latina, e vocês falam português! Escrito por Carolina de Assis.